À quanto não viajo nas asas da ilusão
A muito não sinto paixão
Deixei de sentir esse prazer.
Esqueci-me completamente como é devaniar
Deslisar em delírios, deixar-me plainar pelos sentimentos
Só pertenço ao trabalho, aos cuidados com os meus
esqueci-me como é voar nos sonhos
meus.
romances e caricias não estão a rondar-me.
Gostaria de talvez um dia
quem sabe poder novamente
ter o direito de viver com a emoção
e sonhar com outro ser.
Que possa em fim trazer
a luz para o coração ferido
que lacrado e solitário
Permanece à estar
Fechado em clausura
Aprizionado como escravo
continuando a chorar pelo que a muito perdeu
triste e solitário
desconfiado e com medo de estregar-se ao amor
de sonhar, viver e perder-se nos desejos da paixão
Pobre coração sofrido
Que continua lamuriando o que nunca realmente foi seu.
Nina Rosa