páginas

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cantico dos Canticos - Rei Salomão

Primavera de amor


"... É o meu amado:
eis que ele vem saltando pelos montes,
transpondo as colinas.
 O meu amado parece uma gazela,
uma cria de gamo,
parado atrás de nossa parede,
espiando pelas janelas,
espreitando através das grades..."


"-...Levanta-te, minha amiga,
minha formosa, e vem!
Eis que o inverno já passou,
cessaram as chuvas e se foram.
No campo aparecem as flores,
chegou o tempo da poda,
a rolinha já faz ouvir
seu arrulho em nossa região.
Da figueira brotam os primeiros figos,
exalam perfume as videiras em flor.
Levanta-te, minha amiga,
minha formosa, e vem!
Pomba minha, nas fendas da rocha,
no esconderijo escarpado,
mostra-me teu semblante, deixa-me ouvir tua voz!
Porque tua voz é doce, e gracioso o teu semblante..."


Apelo da amada


"-...O meu amado é todo meu, e eu sou dele.
Ele é um pastor entre lírios.
Antes que expire o dia e cresçam as sombras,
volta, meu amado,
– imitando a gazela ou sua cria –,
para os montes escarpados!..."


"... Em meu leito, durante a noite,
busquei o amor de minha alma:
procurei, mas não o encontrei.
Hei de levantar-me e percorrer a cidade,
as ruas e praças,
procurando o amor de minha alma:
Procurei, mas não o encontrei.
Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade.
Vistes o amor de minha alma?
Apenas passara por eles,
encontrei o amor de minha alma:
agarrei-me a ele e não o soltarei
até trazê-lo à casa de minha mãe,
à alcova daquela que me concebeu..."


Descrição da amada




"...Quem é esta que surge como a aurora,
bela como a luz, brilhante como o sol,
esplêndida como as constelações?..."



"...Como és formosa, minha amada!
como és formosa,
com teus olhos de pomba,
na transparência do véu!
Teus cabelos são como um rebanho de cabras,
esparramando-se pelas encostas do monte Galaad.
Teus dentes são como um rebanho de ovelhas tosquiadas,
recém-saídas do lavadouro:
cada um com seu par, sem perda alguma.
Teus lábios são fitas de púrpura,de fala maviosa.
Tuas faces são metades de romã,
na transparência do véu.
Teu pescoço é como a torre de Davi,
construída com parapeitos,
da qual pendem mil escudos
e armaduras de todos os heróis.
Teus seios são como duas crias,
gêmeos de gazela, pastando entre lírios... 
És toda formosa, minha amada,
e em ti não se encontra defeito algum...
 Arrebataste-me o coração, minha irmã e minha noiva,
arrebataste-me o coração com um só de teus olhares,
com uma só jóia de teu colar.
Como são ternos teus carinhos,
minha irmã e minha noiva!
Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho;
teus perfumes, mais aromáticos
que todos os bálsamos.
Teus lábios, minha noiva, destilam néctar;
em tua língua há mel e leite.
Tuas vestes têm a fragrância do Líbano..."


Descrição do amado


"... O que distingue dos outros o teu amado,
ó mais bela entre as mulheres?
O que distingue dos outros o teu amado,
para que assim nos conjures?
 O meu amado é branco e corado,
inconfundível entre milhares:
Sua cabeça é ouro puro,
a cabeleira é como leques de palmeira,
é negra como o corvo.
Seus olhos são pombos,
junto aos cursos de água,
banhando-se em leite,
detendo-se no remanso.
Suas faces são canteiros de bálsamos,
tufos de ervas aromáticas.
Seus lábios são como lírios,
a destilar um fluido de mirra.
Suas mãos são braceletes de ouro,
guarnecidas com pedras de Társis.
Seu corpo é marfim lavrado,recoberto de safiras.
Suas pernas são colunas de alabastro,
assentadas em bases de ouro.
Seu aspecto, como o Líbano, airoso como os cedros.
Sua boca é só doçura; todo ele, pura delícia.
Tal é o meu amado, assim é o meu amigo..."


"-...Eu sou do meu amado,
e ele arde em desejos por mim..."


"-...Eu sou da minha amada,
e ela arde em desejos por mim...."

Nenhum comentário: